15/06/2013

(not) enough


Nunca sou boa o suficiente, nunca digo o suficiente, nunca falo o suficiente, enrolo-me em palavras, como quem se enrola em sonhos. Deixo por dizer aquilo que os sentimentos ecoam por dentro. sou turbilhão, sou difícil de entender, até para mim mesma, procuro sempre um sentido, uma direcção, uma luz, às vezes desvio o olhar e perco-os por instantes e fico perdida no vazio que há em mim, nas cicatrizes do passado, nos sonhos que tive que enterrar à força para não me lembrar que nunca disso hão-de passar, de sonhos e planos que sonhei com carinho e tive que destruir com raiva.
Mas sonho de novo, refaço-os e ajusto-os à minha realidade, que tem mudado a um ritmo alucinante, e os sonhos tornam-se confusos, baralham-se, atropelam-se e eu olho para eles e já nem sei se fazem sentido. Olho para a realidade e nem sei se faz sentido, passo a vida a tentar jogar com as cartas que a vida me dá, e sei que tenho passado muito tempo a jogar para perder, porque de certa forma convenci-me que a minha vida é feita de perdas e esqueci-me do que é ganhar, cansei de jogar!

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