19/09/2010

Não sei por quanto mais tempo vou conseguir...estou farta de usar esta mascara de "ya tá tudo bem"...quando, no fundo, todas as noites antes de dormir choro e passo horas acordada; quando finjo que me entusiasmo com coisas que tenho medo de viver, porque a minha vida, rege-se por decisões e caminhos que me arrependo de ter tomado porque me fazem infeliz mas que me sinto na obrigação de ir até ao fim mesmo que cada vez que tenha que viver certas coisas, pisar em certos locais e ver certas pessoas sinta que uma parte de mim vai apodrecendo aos poucos porque só comprova o quanto sou "anormal", falhada, infeliz e o quanto sou invisível e descartável.

Sim porque as pessoas usam-me e gostam de mim enquanto lhes interessa e para o que lhes interessa, mas depois, esquecem-se de tudo, de todas as vezes que estive lá pra elas e, simplesmente deixam de estar lá por mim, porque eu também preciso! simplesmente não tenho tanta facilidade em pedir "socorro" quando me sinto perdida e a afundar.

Ou, talvez, seja culpa minha, se calhar sou eu que afasto as pessoas, se calhar fui eu que, de tanta vez me magoar, tenha chegado a um ponto em que me fartei de pessoas e acabei por sentir que não há um ser humano à face da terra capaz de me compreender na perfeição.

Não sei...só sei que neste momento me sinto muito em baixo, me sinto incapaz de me levantar e ripostar, porque me foram tirando a vida aos poucos e aquilo que sobrou não está preparado para assumir riscos, para confiar, para criar expectativas e muito menos acreditar nos outros ou em mim própria.

Só sei que tenho saudades daquilo que um dia fui, de toda aquela alegria e ousadia, de toda aquela vida dentro de mim...de não ter medo. Tenho saudades das pessoas que me faziam rir e agora já não fazem, daquelas que antes me abraçavam todos os dias e agora me abraçam apenas quando temos oportunidade de nos ver. Acho sinceramente, que em muito pouco tempo perdi tudo aquilo que de mais importante tinha e, ao passar demasiado tempo a viver nesse passado, esqueci-me que o tempo não pára e que era importante eu ter conseguido conhecer novas pessoas que conseguissem completar esse vazio. Mas não me apercebi. Não completei o vazio. E neste momento tudo o que resto é esse vazio que mais pareçe um buraco negro porque se alimenta de tudo o resto que está à volta e vai crescendo, crescendo e crescendo...

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