21/06/2015

Circulos

Passamos a vida a ter que provar que estamos bem, que conseguimos, a fingir que somos fortes e aguentamos qualquer embate. Ao crescer temos que nos adaptar, o trabalho ocupa mais tempo e exige tanto de nós que no nosso circulo de amigos inevitavelmente alguém fica para trás.
Dou por mim a aperceber-me que não vejo a pessoa que considero a minha melhor amiga há meses, que quando a vejo é em convites para aniversários e noites do nosso grupo do secundário. Dou por mim a pensar que na verdade, por mais rodeada de pessoas que esteja, não há ninguém que num segundo de silêncio me pergunte se estou bem, se estou feliz.
Apercebo-me então que as poucas pessoas que me sobraram são amigos de conveniência, que me excluem e incluem quando e como querem, que me dão e tiram e me confundem profundamente.
Dou por mim a ter saudades desses tempos de secundário, onde alguem me olhava e via e convivia comigo todos os dias e que não me julgava. Momentos de partilha de vivências, segredos, confissões são preciosidades que não se deviam perder.

Viver meses, anos, sem ninguem olhar para dentro para ti, sem ninguem conseguir derrubar os teus muros, sem ninguem conseguir atravessar esse teu disfarçe, sem na verdade teres amigos de verdade, apenas pessoas com quem convives. Frustrante.

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