22/06/2015

Amor corroi, dói e oxida

amor vibra, estremece e faz-nos ilusoriamente felizes. Depois causa habituação, limita-nos horizontes e faz-nos cegos. No final, corrói, remói e destrói pontes, tira-ns o chão, balanca-nos o mundo ao ponto de enjoar só de pensar. Não sei de onde a maior dor, se dos bons momentos que  perdemos ou dos maus que nos assombram. Perdemos uma ilusão, vemos em tudo a imperfeição, chamamo-nos de burros, batemos incessantemente com a cabeça e acordamos e choramos pelo tempo perdido, pela vida que perdemos, por nós mesmos que nos perdemos e como nos podemos reencontrar? Pensamos na pessoa que perdemos, mas escolhas foram feitas, palavras foram ditas e a dor e frieza da vida invade-nos, desventra-nos. E aquilo que antes saltitava, pulava torna-se só um musculo chamado coração que queremos fechar ao mundo, ate que a dor pare de nos oprimir com tanta força e alguem encontre uma forma de o fazer bater de vida e amor novamente.

(2014)

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